Com a volta as aulas, o nosso clube de leitura também está voltando com força total.
Desde o início do mês de agosto, as oito equipes constituintes do subprojeto "Tessituras de vida e cidadania: ler, escrever e contar histórias no sertão estão engajadas na produção do material didático para iniciar os clubes de leitura.
Durante o mês de agosto, o tema trabalhado nos clubes será Folclore em virtude da data do mesmo está se aproximando e mais ainda com o intuito de inserir culturalmente nossas crianças a esse momento. Para tanto, os bolsistas IDs e supervisoras receberam a proposta de por meio desse momento apresentar um pouco da cultura regional do nosso município, com a lenda "Romaria ao cemitério de Felícia".
A lenda será contada aos alunos do 4º e 5º ano do fundamental I no primeiro clube de leitura previsto para essa semana, cada equipe está preparando de modo particular e criativo a maneira que mais se adequará para contar a mesma.
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Equipe Escola Padre Bonfim |
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Equipe Escola Airam Veras |
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Equipe Escola Amadeu Catunda |
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Equipe Escola CAIC |
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Equipe Escola Francisca Machado |
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Equipe Escola Maria José |
A qual vós será apresentado agora;
Vou
contar para vocês
Um fato acontecido
Refletindo sofrimento
De um povo oprimido
Que foi escravizado
Como ‘coisa’ negociado
P’rum país desconhecido
O
local era o Brasil
A escravidão seu mal
Acorrentados feneceram
Trazidos por Portugal
Muitos negros padeceram
Forçados aqui viveram
Longe da terra natal
A
sádica vida negra
De dor e sofrimento
Teve nesta cidade
Motivo para lamento
Quão grande a crueldade
Olha quanta maldade
Aquele grande intento
Nas
terras de Crateús
Que era um povoado
Era Fazenda Piranhas
No Piauí encravado
Os escravos trabalhavam
Nessas fazendas lidavam
Com a criação do gado
Entranhada
na historia
Da Vila Imperial
Há uma lenda contada
De modo tradicional
Da amarga vida escrava
Da tristeza que se dava
Da barbárie sem igual
Felícia
era uma escrava
E sua história irei contar
Ela pastoreava os bois
E virou lenda do lugar
Padecia grande dor
E pedia a Nosso Senhor
Para o alivio chegar
Vejam
queridos ouvintes
Que horrível situação
Trabalho, castigo, medo
Era a única opção
Dura vida da escrava
Que na fazenda penava
Uma grande maldição
Todo
dia ela levava
O gado para pastar
Na fazenda Quirino
Ficava a pastorear
Na imburana esgalhada
Desejou ser enterrada
Na paz daquele lugar
Certo
dia aquela escrava
Dos maus tratos adoeceu
Como não foi medicada
Felícia logo morreu
Ao ser levada ao cemitério
Eis que acontece um mistério
Envolvendo o corpo seu
Na
sombra da imburana
Pararam pra descansar
Mas quando pegaram o corpo
Para o rio atravessar
A rede ficou pesada
Não dava para ser levada
E nem para levantar
Um
dos escravos voltou
Pra avisar o patrão
Que mandou vários bois
Pra aquela situação
Mas nem isso adiantou
O fazendeiro ordenou
O enterro ali então
Pra
espanto de todos
O peso ficou normal
A notícia espantosa
Ganhou fama sem igual
Promessas são atendidas
Muitas crianças falecidas
Jazem naquele local
No
lugar da sepultura
Na Caatinga perdido
Formou-se um cemitério
Onde o povo sofrido
Em sinal de devoção
Agradece em oração
O milagre recebido
Por
isso, amigos, ressalto
Que agora no sertão
Há um popular conto
Fincado naquele chão
Onde a milagrosa está
Em cada canto que há
Acredite você ou não
Propomos
neste final
Independente da fé
Lute pela liberdade
Pois valiosa ela é
Através da tradição
Felícia deixou a lição
Adeus, amigos, até.
O cordel é de autoria das bolsistas Glaucia Aurea, Mayara Nascimento, Marciana Rodriguês, Nayara Barros, Rejane Tavares.
Enfatizando a lenda regional da escrava Felícia. Nos lembrando muita dor e sofrimento, mas acima de tudo libertarção.
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